Senhora dos Oceanos, Mamãe
Yemanjá representa o ideal feminino da maternidade, o acolhimento e a proteção
de todos os seres vivos. Sincretizada com a Virgem Maria, a Mãe de Deus,
comemoramos seu dia em 08 de Dezembro na Umbanda, dia de Nossa Senhora da
Imaculada Conceição para os católicos.
Cantada
e declamada em verso e prosa pelos quatro cantos do país, é impossível negar a
tamanha influência que Yemanjá exerce na cultura brasileira. Desde os apelos popularescos das telenovelas
globais, que atinge todas as camadas sociais da população, até as obras mais
intelectualizadas de compositores, como Dorival Caymmi ou escritores, como
Jorge Amado que A definiu da seguinte forma: “Yemanjá, rainha do mar, é também conhecida por dona Janaína, Inaê,
Princesa de Aiocá e Maria, no paralelismo com a religião católica. Aiocá é o
reino das terras misteriosas da felicidade e da liberdade, imagem das terras
natais da África, saudades dos dias livres na floresta".
Se
existe um apelo popular nas horas mais difíceis em que um filho pede socorro à
mãe, mesmo daqueles que não pertencem à religião, que atravessou o Oceano
Atlântico, na vinda forçada da África para a América, e resistiu a séculos de
maus tratos e perseguições, certamente é o culto à Senhora das Águas Salgadas; Ela
representa o poder progenitor
feminino; é ela que nos faz nascer, divindade que é maternidade universal, a
Mãe do Mundo.
N. Sra. dos Navegantes |
A
etimologia de Seu nome vem do Yorubá Yèyé omo ejá, cuja tradução literal
seria "Mãe cujos filhos são peixes". Protetora de todas as atividades
e profissões ligadas ao mar. Senhora das ondas, dos peixes, da pesca e da vida
marinha em geral. Uma de suas principais representações é a Lua, que domina
todas as marés, ressacas e maremotos. Conhecida também como Deusa das Pérolas,
é o Orixá que apara a cabeça dos bebês na hora do nascimento. Rege os lares, as
casas, as uniões, as festas de casamento e as comemorações familiares.
Responsável pela união e pelo sentido de família, seja por laços consangüíneos
ou não.
Conforme
relata o estudioso, Norberto Peixoto, na mitologia africana, Yemanjá é um dos Orixás
primordiais, pois quando Zambi (Deus) encarregou Obatalá de criar o Ayê
(Terra), lá estava a Grande Mãe, Geradora Divina, fornecendo água para a
formação da vida. Por isto Yemanjá, não é uma figura feminina passiva e
materna, é uma matriz energética extremamente poderosa controlando atributos
Divinos. E mais, por ser responsável, na criação dos Oris – nossas cabeças metafísicas
– pela supervisão dos caminhos e destinos das almas, Ela é Iyá Ori, ou seja, mãe de cabeça de todos os seres humanos,
independente de qual seja o Orixá (Santo de Cabeça) de cada um.
Seu
dia da semana é o sábado, sua cor o azul claro, elemento água, suas ervas
principais são a alfazema e o manjericão, dona da força mental devemos recorrer
a Ela para solucionar problemas emocionais e depressivos. Sua saudação é
“Odoyá”. Axé!