A
Natureza, para nós, umbandistas, é a “materialização” sagrada dos Orixás no
planeta. Assim, localizamos nesses sítios vibracionais, dos reinos vegetal e
mineral, os principais locais onde os Orixás se fazem templos vivos construídos
por Deus, no mar, na praia, no rio, na cachoeira, na montanha e na mata.
O
mar é movimento constante, um eterno pulsar, que vibra nas marés e tem forte
influência do magnetismo lunar. Seu incessante vai e vem é o próprio batimento
“cardíaco” da vida, uma espécie de hemodiálise planetária, com sua expansão e
contração, cheia e vazante, eivada de correntes marítimas como se fosse a
circulação sanguínea vitalizadora de um órgão vivo, levando tudo que é
negativo, transformando-o e devolvendo-o convertido em positivo. Seu próprio
som expressa essa possante e magnífica transformação. A praia tem praticamente
a mesma composição do mar, sendo condensadora, plasmadora, fertilizante e
propiciatória à descarga de energias deletérias. Faz um potente equilíbrio
elétrico no interior das células, e o ato de andar descalço em suas areias é
potente harmonizador de todos os chacras, desimpregnando, transmutando excessos
fluídicos e promovendo o equilíbrio da energia do indivíduo. O domínio das
águas salgadas pertence a Yemanjá, a Senhora dos oceanos.
O
rio é desagregador de energias pesadas e, ao mesmo tempo, condutor delas para o
fundo do seu leito, fazendo-as se desmanchar na terra. Logo é fluente, sem ser
condensador, fazendo as energias fluírem, e também vitalizante, por suas águas
corridas e limpas que nos chegam ao mergulharmos nelas. Não por acaso, Jesus
foi batizado no Rio Jordão e, em muitos locais, temos registros de certos rios
serem considerados sagrados. Tem serventia para a purificação etereoastrofísica
do indivíduo e na eliminação de cargas negativas. Os domínios dos rios são
divididos entre Yansã, Obá, Oiá nas áreas de correnteza forte e veloz; enquanto
Oxum domina as águas lentas e calmas; já o barro ou lama existente nos leitos dos
rios e córregos é a manifestação da Senhora Nanã.
Na
cachoeira, encontramos elementos coesivos das pedras (mineral) e água
potencializada na queda, ou seja, de baixo para cima, que produzem ou conduzem
várias formas de energia eólica, solar e hídrica conjugadas. Como as águas
fluem num só sentido “batendo” nas pedras, absorvem forte magnetismo mineral,
purificando, descarregando, vitalizando, equilibrando e fortalecendo o
indivíduo como um todo, no físico-etérico-astral. Nestes pontos se expressam as
forças de Xangô e Oxum.
A
pedreira tem a força mais centrípeta, de fora para dentro, pela maior
condensação das moléculas que a compõem. Assim, reestrutura a forma da aura
quando apresenta rombos etéricos, regenera, fixa, condensa, plasma e dá
resistência mental, astral e física ao indivíduo. Local, por excelência, sob os
domínios de Xangô.
A
mata é concentradora de prana (energia vital) vegetal, restabelecendo a
fisiologia orgânica em amplo espectro, sobretudo a psíquica mental, tendo
impacto no Ori – cabeça – e na coroa mediúnica; fortalece a aura, o campo
astral, o eletromagnetismo, a saúde e o mediunísmo, plasmando forças sutis. É
também onde se encontra a maior quantidade e variedade de espécies animais que
representam diversos Orixás, especialmente Oxosse e Ossãe.
A
montanha absorve os atributos vibratórios da pedreira e da mata, e, se tiver
cachoeira, pela sua maior altitude e proximidade solar, o ar sendo mais
rarefeito, é exímia concentradora de fluídos sutilíssimos, sendo excepcional
local para entidades de alta envergadura espiritual atuarem. Não por acaso, os
sábios e os homens santos de todas as épocas se recolhiam para meditação nos
píncaros montanhosos, bem como muitos templos religiosos, abadias e mosteiros
foram construídos nestes locais. Novamente aqui Xangô e seu falangeiros vibram
mais fortemente, unidos aos demais Orixás conforme se apresentam as formações
geológicas, hídricas e vegetais. Enfim, toda a Natureza, de modo geral,
representa as emanações da Divindade Suprema (Zambi) por isto, qualquer local
bem preservado e mantido com pouca (ou nenhuma) interferência modificadora do
ser humano pode ser considerado um Ponto Sagrado e um verdadeiro Templo de
Umbanda. Axé!
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