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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Os Pontos Sagrados da Natureza e os Orixás

            A Natureza, para nós, umbandistas, é a “materialização” sagrada dos Orixás no planeta. Assim, localizamos nesses sítios vibracionais, dos reinos vegetal e mineral, os principais locais onde os Orixás se fazem templos vivos construídos por Deus, no mar, na praia, no rio, na cachoeira, na montanha e na mata.
           
O mar é movimento constante, um eterno pulsar, que vibra nas marés e tem forte influência do magnetismo lunar. Seu incessante vai e vem é o próprio batimento “cardíaco” da vida, uma espécie de hemodiálise planetária, com sua expansão e contração, cheia e vazante, eivada de correntes marítimas como se fosse a circulação sanguínea vitalizadora de um órgão vivo, levando tudo que é negativo, transformando-o e devolvendo-o convertido em positivo. Seu próprio som expressa essa possante e magnífica transformação. A praia tem praticamente a mesma composição do mar, sendo condensadora, plasmadora, fertilizante e propiciatória à descarga de energias deletérias. Faz um potente equilíbrio elétrico no interior das células, e o ato de andar descalço em suas areias é potente harmonizador de todos os chacras, desimpregnando, transmutando excessos fluídicos e promovendo o equilíbrio da energia do indivíduo. O domínio das águas salgadas pertence a Yemanjá, a Senhora dos oceanos.

           
O rio é desagregador de energias pesadas e, ao mesmo tempo, condutor delas para o fundo do seu leito, fazendo-as se desmanchar na terra. Logo é fluente, sem ser condensador, fazendo as energias fluírem, e também vitalizante, por suas águas corridas e limpas que nos chegam ao mergulharmos nelas. Não por acaso, Jesus foi batizado no Rio Jordão e, em muitos locais, temos registros de certos rios serem considerados sagrados. Tem serventia para a purificação etereoastrofísica do indivíduo e na eliminação de cargas negativas. Os domínios dos rios são divididos entre Yansã, Obá, Oiá nas áreas de correnteza forte e veloz; enquanto Oxum domina as águas lentas e calmas; já o barro ou lama existente nos leitos dos rios e córregos é a manifestação da Senhora Nanã.

           
Na cachoeira, encontramos elementos coesivos das pedras (mineral) e água potencializada na queda, ou seja, de baixo para cima, que produzem ou conduzem várias formas de energia eólica, solar e hídrica conjugadas. Como as águas fluem num só sentido “batendo” nas pedras, absorvem forte magnetismo mineral, purificando, descarregando, vitalizando, equilibrando e fortalecendo o indivíduo como um todo, no físico-etérico-astral. Nestes pontos se expressam as forças de Xangô e Oxum.

            A pedreira tem a força mais centrípeta, de fora para dentro, pela maior condensação das moléculas que a compõem. Assim, reestrutura a forma da aura quando apresenta rombos etéricos, regenera, fixa, condensa, plasma e dá resistência mental, astral e física ao indivíduo. Local, por excelência, sob os domínios de Xangô.

           
A mata é concentradora de prana (energia vital) vegetal, restabelecendo a fisiologia orgânica em amplo espectro, sobretudo a psíquica mental, tendo impacto no Ori – cabeça – e na coroa mediúnica; fortalece a aura, o campo astral, o eletromagnetismo, a saúde e o mediunísmo, plasmando forças sutis. É também onde se encontra a maior quantidade e variedade de espécies animais que representam diversos Orixás, especialmente Oxosse e Ossãe.


          
  A montanha absorve os atributos vibratórios da pedreira e da mata, e, se tiver cachoeira, pela sua maior altitude e proximidade solar, o ar sendo mais rarefeito, é exímia concentradora de fluídos sutilíssimos, sendo excepcional local para entidades de alta envergadura espiritual atuarem. Não por acaso, os sábios e os homens santos de todas as épocas se recolhiam para meditação nos píncaros montanhosos, bem como muitos templos religiosos, abadias e mosteiros foram construídos nestes locais. Novamente aqui Xangô e seu falangeiros vibram mais fortemente, unidos aos demais Orixás conforme se apresentam as formações geológicas, hídricas e vegetais. Enfim, toda a Natureza, de modo geral, representa as emanações da Divindade Suprema (Zambi) por isto, qualquer local bem preservado e mantido com pouca (ou nenhuma) interferência modificadora do ser humano pode ser considerado um Ponto Sagrado e um verdadeiro Templo de Umbanda. Axé!

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