AGENDA 2020

GIRAS CANCELADAS DEVIDO A PANDEMIA

26/09 (Sáb) - 19h - Festa de Cosme e Damião

24/10 (Sáb) - 19h - GIRA DE PRETOS VELHOS

21/11 (Sáb) - 19h - GIRA DE BAIANOS

19/12 (19h) - GIRA DE EXUS

(senhas entregues das 18:45h às 19:00h)

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

A UMBANDA TEM BÍBLIA!




Por que sua religião não tem uma Bíblia?

Fantástica essa pergunta... aliás para que serve a Bíblia, o que traz esse livro tão conhecido???
Segundo a definição encontrada no site Wikipédia a Bíblia constitui “uma coleção de textos religiosos de valor sagrado para o Cristianismo, em que se narram interpretações religiosas do motivo da existência do homem na Terra. É considerada pelos cristãos como divinamente inspirada, tratando-se de importante documento doutrinário.” (Wikipédia, 2016)
Bíblia é um termo que deriva do grego “biblion“, que significa livro ou rolo. Desta maneira, algumas religiões usam esta palavra para nomear o livro sagrado que guiam seus princípios (Bezerra, 2016). Existem inúmeros livros sagrados atualmente, portanto fica difícil precisar quantos existem em todo o mundo, mas três deles são sem dúvida os mais conhecidos: a Bíblia, o Torah e o Alcorão. A Bíblia constitui o livro sagrado do Cristianismo, o Torah o Judaísmo e o Alcorão o Islamismo. Nós Umbandistas, pertencente a uma religião Cristã, não temos exatamente um “Livro Sagrado”. apesar disto, o número de livros, textos e sites a respeito da Religião, seus Princípios e suas Crenças vêm aumentando a cada dia.
O livro Pérolas de Aruanda, de Danilo Guedes, traz um relato fantástico sobre o tema. Ao passar por uma discussão, o autor foi questionado “Por que sua religião não tem uma Bíblia?” Sem saber o que responder naquele instante, o silêncio foi o que restou. Alguns dias depois, em uma Gira veio a resposta. Segue aqui o conteúdo:
”É chegada o dia da Gira de Exu-Velho, os sábios Tatás que recebemos em nossa Sagrada Umbanda, e posso dizer a vocês de coração, realmente que sabedoria eles possuem.
...Os atendimentos são iniciados, os passes de limpeza, de cura, de incentivo, etc e a dúvida martelando em minha mente, até que uma voz meio idosa que saía do fundo da alma no meio do vazio dizia-me: -Sossega “burro novo”, acalme-se que depois nos conversamos, temos muito trabalho pela frente... Após os atendimentos é chegada a hora dos esclarecimentos.
Então o Sr. Exú-Velho com toda a sua Divina sabedoria dá a sua palavra...
... quando lhe perguntarem “Qual é a sua Bíblia?” você calmamente sorri e responde:
-A minha Bíblia é imensa e chama-se Natureza, uma única e verdadeira obra, feita pelas mãos do grande Criador do Universo, onde seus capítulos e versículos são:
A Cachoeira
O Lago
O Mar
A Mata
O Céu
A Pedreira
O Caminho
O Fogo
A Terra
A Chuva
O Vento
O Dia
A Noite
A Vida
A Morte

Onde tudo que precisamos saber está escrito nela, e já faz um bom tempo que foi escrito, antes mesmo de aparecer a nossa escrita. E que tudo isso é obra do Divino Criador do Universo, onde devemos o devido respeito. Ela é a nossa Bíblia, ela é a Bíblia do Umbandista. Por estas poucas, e sábias, palavras eu agradeço ao Sr. Exu-Velho...” (Guedes, 2013)


Bibliografia

Bezerra, K. (29 de novembro de 2016). Estudo prático. Fonte: Estudo prático: http://www.estudopratico.com.br/descubra-quantas-biblias-existem-no-mundo/
Guedes, D. L. (2013). A Bíblia do Umbandista. In: D. L. Guedes, Pérolas de Aruanda (p. 148). Paulo Brazil Mazzeo.
Wikipédia. (29 de novembro de 2016). Wikipédia. Fonte: Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%ADblia


terça-feira, 13 de dezembro de 2016

 CEU Ogum Sete Espadas nos festejos de Yemanjá

Praia Grande - Dez/2016



Graças ao especial convite do Pai Joãozinho Galerani (ARMAC) e Pai Reginaldo (FEUCEM) tivemos a honra e grande alegria de prestigiar Mamãe Yemanjá numa Gira iluminada com harmonia dos Orixás e Guias de Luz de diversas linhas que se manifestaram nos filhos de Santo de mais de dez casas de AXÉ, Terreiros e Templos de Umbanda e Candomblé.


Todos reunidos sob uma única Tenda, nas areias abençoadas da Praia Grande-SP, o verdadeiro sentido de "povo do axé" marcou presença, com amor, fé, aprendizado mútuo e principalmente RESPEITO às diferentes tradições religiosas de matriz africana.  



Embalados pela majestosa voz de um dos maiores ícones da música de santo, Pai Elcio de Oxalá, os trabalhos se estenderam madrugada afora com muito axé e alegria, típicas da sagrada religião...


Obrigado a todos Babás e Yás que estiveram presentes, a sua benção! Odoiá Mamãe Yemanjá! Saravá todos os Orixás! Salve as linhas da Umbanda! Salve o CEU Ogum Sete Espadas! Axé!

terça-feira, 25 de outubro de 2016

CEU de Ogum Sete Espadas e Apae de Guaíra

   O C.E.U. de Ogum Sete Espadas em parceria com Apae de Guaíra promoveu em 24/10/2016 uma tarde divertida e cultural com valorização e respeito às pessoas com deficiência intelectual. Evento realizado totalmente com o trabalho voluntário dos membros do C.E.U. de Ogum, onde contaram com a apresentação espetacular da Bateria Universitária da UEMG (Universidade Estadual de Minas Gerais, Campus Frutal), brincadeiras do fabuloso Palhaço Django e membros do C.E.U. de Ogum. O encerramento contou com a distribuição de sacolinhas surpresa com guloseimas para todos os alunos da Instituição que estavam presentes. Gratidão a todos que participaram direta e indiretamente, à 
APAE de Guaíra que nos abriu as portas para a realização do evento, agradecimentos especiais à Aline Fornel, Carla Bruno e Donizete do Som!!! AXÉ!!! Salve a Umbanda!!!









sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Campanha em benefício ao Asilo Guaíra

Diretora do Asilo (à esquerda) e Presidente do C.E.U. de Ogum Sete Espadas (à direita).
     C.E.U. de Ogum Sete Espadas realizou em Setembro uma campanha em 
benefício do Centro de Ação Social Nossa Senhora Aparecida (Asilo de Guaíra). Em parceria com o Asilo, os membros do Centro Espírita de Umbanda Ogum Sete Espada auxiliam na venda dos Convites do Evento beneficente em prol ao asilo, que será realizado no dia 07/10/2016, no Grêmio Colorado. Parte do valor arrecadado foi repassado no dia 22 de setembro.

Ainda há convites à venda, interessados procurar 


quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Festa de Erês



No dia 24/09, às 19h faremos uma linda homenagem às nossas crianças, Erês, Ibejis, Cosme e Damião. A entrada será 1L de leite longa vida que será doado à APAE de Guaíra.
As senhas de atendimento serão entregues entre 18:45 e 19:15h.
Esperamos vocês!!!
Axé.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Homenagem a Ogum e Aniversário do C.E.U. de Ogum Sete Espadas


A festa terá início às 18h com uma linda procissão, 
onde será levado o andor da imagem de São Jorge. 
Em seguida serão realizadas as homenagens ao Orixá Ogum. 
A festa se encerra com uma deliciosa feijoada regada com muito Axé!!!

quarta-feira, 2 de março de 2016

Oxalá – O Pai de todos

      Oxalá é o Trono Maior da Fé! Sua vibração é direcionada o tempo todo para despertar e ou motivar a Fé na humanidade. Orixá primordial é o Pai de Todos os outros e criador do ser humano. Por isso mesmo, sincretizado com Nosso Senhor Jesus Cristo e seu dia comemorativo é 25 de dezembro.

            Tamanha é a responsabilidade ao escrever sobre Oxalá, que jamais poderia se quer almejar que estas linhas estejam à Sua altura. Porém, encaro esta tarefa, pois muito se ignora e enorme é o preconceito existente, devido a sua origem africana, sobre O Pai de todos os Orixás. Por isto, peço licença: ao redigir este artigo no sentido de tentar esclarecer um pouco sobre a “Energia” chamada Oxalá; e perdão: por não ter condições intelectuais suficientes para reproduzir algo mais próximo da grande potência universal que é Este Orixá.

            Segundo a mitologia, Oxalá foi responsável, junto com seu Pai, Zambi – O Supremo Criador – pela criação da humanidade, por meio do chamado “sopro da vida”. Fazendo um paralelo com outras religiões cristãs, temos a Santíssima Trindade sincretizada no panteão africano da seguinte forma: Deus é Zambi (o Pai), Oxalá é Cristo (o filho) e Obatalá o Espírito Santo. Interessante notar que, seja no continente africano há milhares de anos, ou na Umbanda desde a sua fundação em 1908 no Brasil, a representação simbólica de Oxalá é uma pomba branca com asas abertas. Coincidência? A pomba também está presente no alto do Paxorô, o cajado de metal de Oxalá; utilizado na mão direita quando Se manifesta nos terreiros, este instrumento sagrado representa o elo entro o Ayê (Terra) e o Orum (Céu).

            Seu principal atributo é não deixar um só ser sem o amparo religioso dos mistérios da Fé. Aquilo que os líderes religiosos chamam de “vocação” ou mesmo o despertar de sentimentos nobres que se transformam em atitudes concretas para o bem do próximo e da sociedade de modo geral, são, na verdade, a atuação de Oxalá. Porém se faz necessário que as pessoas estejam aptas (equilibradas) para absorver estas irradiações. Aqueles que estão ou vivem com a mente voltada para o materialismo desenfreado, a busca do mero prazer físico ou, ainda, envoltos no uso de drogas e bebidas alcoólicas, deixam passar despercebidas essas emanações sagradas do Grande Pai. E pior, por vezes, desdenham dos que conseguem assimilar essa Luz Divina.       

Foi Oxalá quem deu ao homem o livre-arbítrio, uma lei intransponível até pelos demais Orixás. Fortaleza, perseverança e paciência são qualidades regidas por Oxalá; é por meio Dele que se estabelece a ligação com a espiritualidade, o despertar da Fé, à compreensão do “religare” com o Cristo interno. Oxalá nos ensina que para cultuar a Deus não precisamos de nenhuma edificação de pedra, cimento ou madeira... Pois o maior templo sagrado está em nossos corações: “Ele está no meio de nós”!

Dentro da Umbanda, e mesmo no Candomblé, é bastante raro encontrarmos um filho de santo cujo Ori (cabeça) seja regido diretamente por Oxalá, devido ao seu alto grau hierárquico e às características inerentes a este Orixá. São pessoas extremamente devotadas à causa religiosa, normalmente deixam lar, família e amigos pessoais em troca de atuar nas comunidades, projetos sociais ou agrupamentos religiosos como as paróquias ou os terreiros; são líderes naturais, possuem grande poder de convencimento sem usar a força, se impõem no meio em que vivem, mas sua capacidade de mando vem permeada de suavidade, educação e carinho. Podem ter certa fragilidade na aparência, um tanto delicados, mas esta fragilidade é compensada com uma enorme força moral, que os transformam em referência de honestidade, desapego e carisma. Altruístas de nascimento; defensores dos oprimidos e, em diversas situações, a salvação de muitos famintos, doentes ou debilitados física e espiritualmente.


 O elemento primordial de Oxalá é o ar – Senhor do Sopro Divino –, Seus metais são o ouro e a prata; Seu mineral é o cristal transparente; é representado pelo astro rei, o Sol. Há diversas ervas de Sua vibração, mas a mais comum e usada é conhecida como “tapete de Oxalá”, ou seja, o boldo; sua arvore sagrada é o Assa Peixe Branco, planta típica do cerrado brasileiro e muito comum em pastagens; seu dia da semana é a sexta-feira, sua cor é o branco. Quando jovem, é chamado de Oxaguiã (menino Jesus), quando velho é Oxalufã (Cristo Redentor), e devido a este sincretismo comemora-se o 25 de Dezemdro como dia de Oxalá. Na Bahia é Nosso Senhor do Bonfim, Sua saudação é “Epa Babá”! Axé!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Yemanjá – A Mãe dos Orixás

Senhora dos Oceanos, Mamãe Yemanjá representa o ideal feminino da maternidade, o acolhimento e a proteção de todos os seres vivos. Sincretizada com a Virgem Maria, a Mãe de Deus, comemoramos seu dia em 08 de Dezembro na Umbanda, dia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição para os católicos.


            Cantada e declamada em verso e prosa pelos quatro cantos do país, é impossível negar a tamanha influência que Yemanjá exerce na cultura brasileira.  Desde os apelos popularescos das telenovelas globais, que atinge todas as camadas sociais da população, até as obras mais intelectualizadas de compositores, como Dorival Caymmi ou escritores, como Jorge Amado que A definiu da seguinte forma: “Yemanjá, rainha do mar, é também conhecida por dona Janaína, Inaê, Princesa de Aiocá e Maria, no paralelismo com a religião católica. Aiocá é o reino das terras misteriosas da felicidade e da liberdade, imagem das terras natais da África, saudades dos dias livres na floresta".

            Se existe um apelo popular nas horas mais difíceis em que um filho pede socorro à mãe, mesmo daqueles que não pertencem à religião, que atravessou o Oceano Atlântico, na vinda forçada da África para a América, e resistiu a séculos de maus tratos e perseguições, certamente é o culto à Senhora das Águas Salgadas; Ela representa o poder progenitor feminino; é ela que nos faz nascer, divindade que é maternidade universal, a Mãe do Mundo.
           
N. Sra. dos Navegantes
Suas festas são as mais populares dentro da Umbanda e do Candomblé, especialmente no extenso litoral brasileiro. Na Bahia e no Rio Grande do Sul é mais comemorada em 02 de fevereiro, dia de Nossa Senhora dos Navegantes. Em Porto Alegre é a maior festa religiosa do Sul do Brasil, realizada desde 1870. Os organizadores da festa consideram que esta é a segunda maior romaria religiosa do País, ficando atrás apenas do Círio de Nazaré realizada em Belém do Pará. Com uma grande participação popular tanto na realização da festa, como nas comemorações.
            A etimologia de Seu nome vem do Yorubá Yèyé omo ejá, cuja tradução literal seria "Mãe cujos filhos são peixes". Protetora de todas as atividades e profissões ligadas ao mar. Senhora das ondas, dos peixes, da pesca e da vida marinha em geral. Uma de suas principais representações é a Lua, que domina todas as marés, ressacas e maremotos. Conhecida também como Deusa das Pérolas, é o Orixá que apara a cabeça dos bebês na hora do nascimento. Rege os lares, as casas, as uniões, as festas de casamento e as comemorações familiares. Responsável pela união e pelo sentido de família, seja por laços consangüíneos ou não.
            Conforme relata o estudioso, Norberto Peixoto, na mitologia africana, Yemanjá é um dos Orixás primordiais, pois quando Zambi (Deus) encarregou Obatalá de criar o Ayê (Terra), lá estava a Grande Mãe, Geradora Divina, fornecendo água para a formação da vida. Por isto Yemanjá, não é uma figura feminina passiva e materna, é uma matriz energética extremamente poderosa controlando atributos Divinos. E mais, por ser responsável, na criação dos Oris – nossas cabeças metafísicas – pela supervisão dos caminhos e destinos das almas, Ela é Iyá Ori, ou seja, mãe de cabeça de todos os seres humanos, independente de qual seja o Orixá (Santo de Cabeça) de cada um.
           
As pessoas de Yemanjá, normalmente são imponentes, majestosas, dignas, calmas, sensuais e fascinantes (o canto das sereias). Suas filhas costumam ser altas e “robustas”, de cinturas largas e seios generosos, são sérias, cuidam da vaidade e da aparência. Por vezes são fechadas, pacientes, prestativas, excelentes na organização, sobretudo nos aspectos disciplinadores de um agrupamento ou centro religioso. Tornam-se combativas e se enfurecem quando contrariadas no ideal que defendem, colocam a família ou o coletivo acima de tudo. Boas educadoras, de fácil trato social, porém, são vingativas, rancorosas, têm dificuldades em perdoar ofensas, são ciumentas e possessivas com as pessoas que amam.

            Seu dia da semana é o sábado, sua cor o azul claro, elemento água, suas ervas principais são a alfazema e o manjericão, dona da força mental devemos recorrer a Ela para solucionar problemas emocionais e depressivos. Sua saudação é “Odoyá”. Axé! 

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Oxóssi – Senhor do Conhecimento

            
Oxossi é o Orixá caçador por excelência. Sua busca visa o conhecimento e a evolução. É o cientista e o doutrinador, que traz o alimento da fé e o saber aos espíritos fragilizados. No sincretismo é São Sebastião, Padroeiro do nosso município.
            Dando continuidade a seqüencia de artigos sobre os principais Orixás do panteão africano, abordaremos hoje o conhecido e muito querido senhor Oxossi. Assim como Xangô e Ogum, este Orixá completa o trio dos grandes deuses ou santos guerreiros mais populares no Brasil. Muitas pessoas, independente de pertencer ou não a uma religião de matriz africana (Umbanda, Candomblé, Catimbó, etc.), já cantaram ou ouviram falar de Oxossi. Seja através da música, onde encontramos, por exemplo, na letra de uma das canções mais populares da história da MPB, “Majestade O Sabiá”, composta por Roberta Miranda e eternizada na poderosa voz de Jair Rodrigues e regravada diversas vezes por importantes artistas brasileiros; ou por meio de outras formas de expressão da nossa cultura nacional.
            Oxossi é o guardião das matas e florestas. Protetor dos animais e também de todos os caçadores que dependem desta atividade para sobreviver, sempre respeitando a presa e lutando pela preservação do meio ambiente. Ele próprio foi um caçador, por isto seu instrumento é o Ofá (arco-e-flecha). O nome Oxossi vem do termo Yorubá òsò wúsí, que significa "guardião feiticeiro", pois, segundo a mitologia, Oxossi aprendeu a lidar com a magia das folhas, dos animais e da natureza e também realizou uma grande proeza ao matar, com uma única flecha, o pássaro-monstro que afligia o povo de Ketu, razão pela qual se tornou o rei e soberano desta cidade.
            Em outras nações Oxossi, também é chamado de Odé, que vem do termo Yorubá odẹ, que significa literalmente "o caçador". O eminente fotógrafo e escritor francês Pierre Verger, em seu livro Orixás, diz que o culto a Oxossi foi praticamente extinto na região de Ketu, na África, uma vez que a maioria de seus sacerdotes foi escravizada, tendo sido enviados à força para o Novo Mundo ou mortos. Aqueles que permaneceram em Ketu deixaram de cultuá-lo por não se lembrarem mais como realizar os ritos apropriados ou por passarem a cultuar outras divindades. Durante a diáspora negra, muitos escravos que cultuavam Oxossi não sobreviveram aos rigores do tráfico negreiro e do cativeiro, mas, ainda assim, o culto foi preservado no Brasil e em Cuba pelos sacerdotes sobreviventes e Oxossi se transformou num dos Orixás mais populares, tanto no Candomblé, quanto na Umbanda, onde é patrono da Linha dos Caboclos, uma das mais ativas da religião.
            Oxossi ensina o equilíbrio ecológico e condena o aspecto predatório da relação do homem com a Natureza. Atua nos campos da concentração, da determinação e favorece a paciência necessária para a vida em liberdade. Ele é o regente da lavoura e da Agricultura, responsável pela fartura nas colheitas. Devido ao seu conhecimento profundo das folhas atua nos aspectos medicinais, espirituais e ritualísticos das ervas de modo geral. Como no Brasil a figura mítica do indígena habitante da floresta é bastante forte, a sua representação, por vezes, aproxima-se mais do índio do que do negro africano. Eventualmente isto explica seu apadrinhamento dos Guias de Luz da Linha dos Caboclos na Umbanda.
            As pessoas cujo Ori (cabeça) pertencem a este Orixá, normalmente são esbeltas, ágeis e perspicazes; de curiosidade aguçada, inteligentes, intelectuais e estudiosos, observadoras, buscam o desconhecido, são desbravadoras assim como as filhas e filhos de Ogum. Também são pessoas honestas, desinteressadas, altruístas e espontâneas. Por outro lado, são inconstantes, entediam-se facilmente e não persistem, desistindo muitas vezes de seus projetos no meio do caminho. Sonhadoras, às vezes vivem ilusões, têm dificuldades para guardar o dinheiro que ganham e possuem certa tendência à preguiça.

           
Sua data comemorativa é 20 de Janeiro. O dia da semana é a quinta-feira, Sua cor é o verde, seu ponto de força na natureza são as florestas, seu elemento primordial é a terra. Todas as árvores praticamente são de seu domínio, inclusive a madeira é sua matéria prima, por isso Oxossi é o protetor de todos os carpinteiros e marceneiros. Seu aspecto de caçador serve, na verdade, para encontrar e trazer de volta as almas perdidas ou desenganadas, oprimidas e desorientadas de volta à Luz de Jesus Cristo e à salvação. Auxilia na recuperação do ânimo e no combate a depressão. Sempre que necessitarmos de Sua força devemos saudar “Okê arô”! Axé!