Oxalá
é o Trono Maior da Fé! Sua vibração é direcionada o tempo todo para despertar e
ou motivar a Fé na humanidade. Orixá primordial é o Pai de Todos os outros e
criador do ser humano. Por isso mesmo, sincretizado com Nosso Senhor Jesus
Cristo e seu dia comemorativo é 25 de dezembro.
Tamanha
é a responsabilidade ao escrever sobre Oxalá, que jamais poderia se quer
almejar que estas linhas estejam à Sua altura. Porém, encaro esta tarefa, pois
muito se ignora e enorme é o preconceito existente, devido a sua origem
africana, sobre O Pai de todos os Orixás. Por isto, peço licença: ao redigir
este artigo no sentido de tentar esclarecer um pouco sobre a “Energia” chamada
Oxalá; e perdão: por não ter condições intelectuais suficientes para reproduzir
algo mais próximo da grande potência universal que é Este Orixá.
Segundo
a mitologia, Oxalá foi responsável, junto com seu Pai, Zambi – O Supremo
Criador – pela criação da humanidade, por meio do chamado “sopro da vida”.
Fazendo um paralelo com outras religiões cristãs, temos a Santíssima Trindade
sincretizada no panteão africano da seguinte forma: Deus é Zambi (o Pai), Oxalá
é Cristo (o filho) e Obatalá o Espírito Santo. Interessante notar que, seja no
continente africano há milhares de anos, ou na Umbanda desde a sua fundação em
1908 no Brasil, a representação simbólica de Oxalá é uma pomba branca com asas
abertas. Coincidência? A pomba também está presente no alto do Paxorô, o cajado
de metal de Oxalá; utilizado na mão direita quando Se manifesta nos terreiros,
este instrumento sagrado representa o elo entro o Ayê (Terra) e o Orum (Céu).
Seu
principal atributo é não deixar um só ser sem o amparo religioso dos mistérios
da Fé. Aquilo que os líderes religiosos chamam de “vocação” ou mesmo o
despertar de sentimentos nobres que se transformam em atitudes concretas para o
bem do próximo e da sociedade de modo geral, são, na verdade, a atuação de
Oxalá. Porém se faz necessário que as pessoas estejam aptas (equilibradas) para
absorver estas irradiações. Aqueles que estão ou vivem com a mente voltada para
o materialismo desenfreado, a busca do mero prazer físico ou, ainda, envoltos
no uso de drogas e bebidas alcoólicas, deixam passar despercebidas essas
emanações sagradas do Grande Pai. E pior, por vezes, desdenham dos que
conseguem assimilar essa Luz Divina.
Foi Oxalá quem
deu ao homem o livre-arbítrio, uma lei intransponível até pelos demais Orixás. Fortaleza,
perseverança e paciência são qualidades regidas por Oxalá; é por meio Dele que
se estabelece a ligação com a espiritualidade, o despertar da Fé, à compreensão
do “religare” com o Cristo interno. Oxalá nos ensina que para cultuar a Deus
não precisamos de nenhuma edificação de pedra, cimento ou madeira... Pois o
maior templo sagrado está em nossos corações: “Ele está no meio de nós”!
Dentro da
Umbanda, e mesmo no Candomblé, é bastante raro encontrarmos um filho de santo
cujo Ori (cabeça) seja regido diretamente por Oxalá, devido ao seu alto grau
hierárquico e às características inerentes a este Orixá. São pessoas
extremamente devotadas à causa religiosa, normalmente deixam lar, família e
amigos pessoais em troca de atuar nas comunidades, projetos sociais ou
agrupamentos religiosos como as paróquias ou os terreiros; são líderes
naturais, possuem grande poder de convencimento sem usar a força, se impõem no
meio em que vivem, mas sua capacidade de mando vem permeada de suavidade,
educação e carinho. Podem ter certa fragilidade na aparência, um tanto
delicados, mas esta fragilidade é compensada com uma enorme força moral, que os
transformam em referência de honestidade, desapego e carisma. Altruístas de
nascimento; defensores dos oprimidos e, em diversas situações, a salvação de
muitos famintos, doentes ou debilitados física e espiritualmente.
O elemento primordial de Oxalá é o ar – Senhor do Sopro Divino –, Seus metais são o ouro e a prata; Seu mineral é o cristal transparente; é representado pelo astro rei, o Sol. Há diversas ervas de Sua vibração, mas a mais comum e usada é conhecida como “tapete de Oxalá”, ou seja, o boldo; sua arvore sagrada é o Assa Peixe Branco, planta típica do cerrado brasileiro e muito comum em pastagens; seu dia da semana é a sexta-feira, sua cor é o branco. Quando jovem, é chamado de Oxaguiã (menino Jesus), quando velho é Oxalufã (Cristo Redentor), e devido a este sincretismo comemora-se o 25 de Dezemdro como dia de Oxalá. Na Bahia é Nosso Senhor do Bonfim, Sua saudação é “Epa Babá”! Axé!
Epa Babá! Realmente não existem palavras para expressar a grandeza de Pai Oxalá!
ResponderExcluirÓtimo texto Babá Gustavo! Obrigado por escrevê - lo!
Um grande abraço a todos que por aqui passarem!
Axé sempre! ��