Oyá ou Iansã é a deusa do Rio
Níger na África, segundo a lenda seria o próprio rio que garante a
sobrevivência de inúmeras etnias ao longo de suas margens. Orixá dos ventos e
tempestades possui um caráter temperamental e autoritário; por outro lado, é a
responsável pela condução da energia vital no planeta.

Ao
contrário do que muitos podem imaginar, devido a sua impetuosidade, Iansã atua
principalmente no campo emocional dos filhos de Umbanda. É aplicadora da Lei,
assim como Ogum, na vida dos seres humanos, particularmente daqueles que vivem
um estágio transitório da evolução kármica, pois “esgota” os vícios emocionais
e redireciona seus protegidos, abrindo-lhes novos campos por onde evoluirão de
forma menos “emotiva”. Por esta razão os filhos deste Orixá são, normalmente,
um tanto sisudos e fechados. Aparentam agir mais pela razão e raciocínio
lógico, chegam a ser considerados pessoas frias, calculistas ou indiferentes
quando, na verdade, são tão passionais quanto quaisquer outras. Às vezes se
evolvem demais com determinada situação, são profundos, gostam de discutir os
mínimos detalhes e, por muito pouco se melindram.
Na mitologia africana Iansã foi uma das
esposas de Xangô, sendo, assim como seu consorte, também um Orixá que trabalha
na Linha da Justiça, defendendo as causas daqueles que têm o devido merecimento
perante Zambi, o Supremo Criador. É considerada a representante feminina nas
batalhas; a guerreira nata, não mede esforços para vencer uma disputa ou algum
obstáculo em seu caminho. Muito solicitada pelos crentes em momentos de agonia
e desespero. Auxiliadora nas recuperações de pessoas e famílias que sofreram
uma grande perda ou sobreviveram a uma catástrofe ou trauma. Seu elemento
primordial é o “ar”. Com seus ventos indomáveis varre todo o mal; com seus
raios e coriscos espanta os malfeitores e as cargas nocivas; com as águas
tempestuosas das chuvas, limpa e descarrega tudo que é negativo. Eventualmente
seja por isto que é sincretizada com Santa Bárbara, a mártir católica do século
III. E sua data comemorativa também é 04 de dezembro.

Iansã
é renovadora. Suporta bem e tem facilidade nas mudanças, seja no aspecto
profissional ou afetivo. Assim como os ventos, jamais um filho ou uma filha de
Iansã se acomoda. E dificilmente residirá sempre na mesma casa ou cidade; ou
trabalhará num mesmo emprego ou atividade por toda sua vida... São pessoas
independentes e fazem questão de manter o próprio sustento. Gostam de manter
fortes relações amorosas e familiares, porém nunca abrem mão de sua liberdade.
Sua
manifestação, quando incorporada no médium (filho de santo), é sempre muito
forte, dança velozmente e faz rodopios como um redemoinho e seus gestos lembram
uma luta com espadas. Estes movimentos desfazem os miasmas espirituais do
ambiente e revitaliza o Axé de todos os presentes no terreiro. Utiliza pano da
costa, nas cores vermelho e branco, com predomínio do vermelho vivo. Chifres de
búfalo na cintura e nas mãos e um alfanje (espada) representando seu aspecto
guerreiro. Possui ainda o Eruexin, uma espécie de espanador feito de pelos de
rabo de boi ou de cavalo. Com este instrumento em particular, Iansã domina as
almas rebeldes de desencarnados (Eguns), acalmando-os e direcionando-os aos
locais de recuperação e aprendizado.
Sua
saudação é Eparrêi Oyá. Seu dia da semana é a quarta-feira, porém muitas Casas
de Axé a cultuam aos sábados, dia de todas as Yabás – Orixás femininos. As
velas na cor laranja são as preferidas de Iansã; suas principais ervas são a
arruda, a alfazema e a cavalinha. O bambuzal representa a vibração e ponto da
Natureza deste Orixá. Local, por excelência, utilizado nos cultos de Nação
(Candomblé) para reverenciar e equilibrar as emoções de todos que buscam as
bênçãos de Iansã.
Que
a Senhora dos Ventos proteja e auxilie todos a superar os momentos tempestuosos
na vida. Eparrei Oyá! Axé!
Muito lindo, axe..
ResponderExcluirAxé!
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