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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Iansã - A Senhora dos Ventos

               
                  Oyá ou Iansã é a deusa do Rio Níger na África, segundo a lenda seria o próprio rio que garante a sobrevivência de inúmeras etnias ao longo de suas margens. Orixá dos ventos e tempestades possui um caráter temperamental e autoritário; por outro lado, é a responsável pela condução da energia vital no planeta.

           
          Ao contrário do que muitos podem imaginar, devido a sua impetuosidade, Iansã atua principalmente no campo emocional dos filhos de Umbanda. É aplicadora da Lei, assim como Ogum, na vida dos seres humanos, particularmente daqueles que vivem um estágio transitório da evolução kármica, pois “esgota” os vícios emocionais e redireciona seus protegidos, abrindo-lhes novos campos por onde evoluirão de forma menos “emotiva”. Por esta razão os filhos deste Orixá são, normalmente, um tanto sisudos e fechados. Aparentam agir mais pela razão e raciocínio lógico, chegam a ser considerados pessoas frias, calculistas ou indiferentes quando, na verdade, são tão passionais quanto quaisquer outras. Às vezes se evolvem demais com determinada situação, são profundos, gostam de discutir os mínimos detalhes e, por muito pouco se melindram.
            Na mitologia africana Iansã foi uma das esposas de Xangô, sendo, assim como seu consorte, também um Orixá que trabalha na Linha da Justiça, defendendo as causas daqueles que têm o devido merecimento perante Zambi, o Supremo Criador. É considerada a representante feminina nas batalhas; a guerreira nata, não mede esforços para vencer uma disputa ou algum obstáculo em seu caminho. Muito solicitada pelos crentes em momentos de agonia e desespero. Auxiliadora nas recuperações de pessoas e famílias que sofreram uma grande perda ou sobreviveram a uma catástrofe ou trauma. Seu elemento primordial é o “ar”. Com seus ventos indomáveis varre todo o mal; com seus raios e coriscos espanta os malfeitores e as cargas nocivas; com as águas tempestuosas das chuvas, limpa e descarrega tudo que é negativo. Eventualmente seja por isto que é sincretizada com Santa Bárbara, a mártir católica do século III. E sua data comemorativa também é 04 de dezembro.


            Iansã é renovadora. Suporta bem e tem facilidade nas mudanças, seja no aspecto profissional ou afetivo. Assim como os ventos, jamais um filho ou uma filha de Iansã se acomoda. E dificilmente residirá sempre na mesma casa ou cidade; ou trabalhará num mesmo emprego ou atividade por toda sua vida... São pessoas independentes e fazem questão de manter o próprio sustento. Gostam de manter fortes relações amorosas e familiares, porém nunca abrem mão de sua liberdade.

           
           Sua manifestação, quando incorporada no médium (filho de santo), é sempre muito forte, dança velozmente e faz rodopios como um redemoinho e seus gestos lembram uma luta com espadas. Estes movimentos desfazem os miasmas espirituais do ambiente e revitaliza o Axé de todos os presentes no terreiro. Utiliza pano da costa, nas cores vermelho e branco, com predomínio do vermelho vivo. Chifres de búfalo na cintura e nas mãos e um alfanje (espada) representando seu aspecto guerreiro. Possui ainda o Eruexin, uma espécie de espanador feito de pelos de rabo de boi ou de cavalo. Com este instrumento em particular, Iansã domina as almas rebeldes de desencarnados (Eguns), acalmando-os e direcionando-os aos locais de recuperação e aprendizado.

                         
                 Sua saudação é Eparrêi Oyá. Seu dia da semana é a quarta-feira, porém muitas Casas de Axé a cultuam aos sábados, dia de todas as Yabás – Orixás femininos. As velas na cor laranja são as preferidas de Iansã; suas principais ervas são a arruda, a alfazema e a cavalinha. O bambuzal representa a vibração e ponto da Natureza deste Orixá. Local, por excelência, utilizado nos cultos de Nação (Candomblé) para reverenciar e equilibrar as emoções de todos que buscam as bênçãos de Iansã.


            Que a Senhora dos Ventos proteja e auxilie todos a superar os momentos tempestuosos na vida. Eparrei Oyá! Axé! 

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